sábado, 26 de novembro de 2016

Era Castro

"Cuba é uma "coisa" de Fidel. Ele é seu dono, à maneira de um proprietário de terras do século XIX. Como se tivesse transformado e aumentado a hacienda de seu pai para fazer de Cuba uma única hacienda de 11 milhões de pessoas. Ele dispõe de mão de obra nacional do jeito que quer. Quando a universidade de medicina forma médicos, por exemplo, não é para que eles exerçam livremente a profissão. É para que se tornem "missionários" enviados às favelas da África, da Venezuela ou do Brasil, conforme a política internacionalista concebida, decidida e imposta pelo chefe de Estado."
Juan Reinaldo Sánchez, atleta de alto nível, com treinamento militar, e acadêmico, se dedicou inteiramente à causa da Revolução. Em 1977, passou a integrar a equipe de segurança pessoal de Fidel Castro. Ele acompanhou intensamente a vida do líder máximo durante os dezessete anos seguintes, registrando diariamente todos os detalhes de suas ações. Escreveu este livro com Axel Gyldén, repórter da revista francesa L'Express e autor de Le Roman de Rio (2007).

#ditadurasocialista #Fidelmorreu #Cuba

Luciana Figueiredo


sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Concursados se preocupam com vocações?

Destaco aqui um trecho do livro do Bruno Garschagen, palavras importantes sobre o cenário estatal brasileiro.
"O lado negativo era a diminuição do já pequeno espaço de mobilidade social por causa da preservação do statu quo. A saída para aqueles que estavam fora do sistema econômico da época, desde os marginais até os filhos dos aristocratas falidos, era a burocracia estatal. Joaquim Nabuco foi certeiro: o emprego público era a "vocação de todos". Nos Estados Unidos, onde havia oportunidades de prosperar no mercado privado, o emprego público era malvisto pela população como economicamente desvantajoso.
No Brasil, além de conferir certo prestígio, a opção pelo emprego público criava "uma situação contraditória em que o Estado dependia, para sua manutenção, do apoio e das rendas geradas pela grande agricultura escravista de exportação, mas, ao mesmo tempo, tornava-se o refúgio para os elementos dinâmicos que não encontravam espaço de atuação dentro dessa agricultura". Isso acontece até hoje, mas numa escala maior e sem as restrições de mercado e de escolhas daquele período.
Na época em que fiz faculdade de direito (1997 a 2001), o curso já era pré-vestibular para concurso público. No dia em que algum colega chegava com um famoso jornal de divulgação de concursos públicos debaixo do braço, era um deus nos acuda. A maioria esmagadora dos meus colegas estava ali para treinar para as provas e pegar o diploma, que garantia o acesso a cargos com vencimentos mais altos e os diversos privilégios que o serviço público oferece com o dinheiro dos impostos tirados da iniciativa privada. Da mesma forma como acontecia no século XIX, só que hoje com uma carga tributária muito mais elevada."

Bruno Garschagen, em Pare de acreditar no governo - Por que os brasileiros não confiam nos políticos e amam o Estado, p. 99; 1. ed. - Rio de Janeiro: Record, 2015.

domingo, 16 de outubro de 2016

Há, de fato, mais feiura do que arte.

Excelente iluminação! Que olhar expressivo da pequenina! Bochechas rosadas lindas... Uau, George Dunlop Leslie! 
Quando observo qualquer produção humana, procuro ver se o artista valorizou sua obra, dedicou-se a ela e qual é a mensagem que me passa. Nos dias de hoje, percebo um abandono desenfreado de quem se diz artista e a relação que ele diz ter com suas obras. Há, de fato, mais feiura do que arte. Recomendo a leitura dos textos do Sir. Roger Scruton. Vale a pena! 



Por Luciana Figueiredo

Você confia dinheiro em que bolso? No seu? Ou no da burocracia governista?

O Estado brasileiro é tão desviado de suas reais e nobres funções que chega a ser ridículo, monstruoso e motivo de chacota nacional. Quem defende privilégios como direitos gosta da mamata. É o mesmo que assinar um atestado de incapacidades intelectual e prática para empreender, ser criativo e/ou realizar sonhos por conquista veementemente pessoal. É a defesa da inércia. Da preguiça. Do comodismo. É ter fé em político (risos). Também é uma amostra de que muita gente acredita que a natureza humana é totalmente bondosa, constante e que evolui para as coisas certas (lamento, mas isso é sandice!).
Eu sinto muito. Mas a República do Brasil criou privilégios às custas do sacrifício do povão e este mesmo povão acredita religiosamente que foi presenteado pelo Papai Noel de 88. Todos nós pagamos pela nossa própria irresponsabilidade civil em acreditar no Governo e estamos endividados. Pare de falar contra a iniciativa privada. Você confia dinheiro em que bolso? No seu? Ou no da burocracia governista? Você se acha tão irresponsável que tem fé em político para fazer as coisas em seu lugar? Saia da casa do papai governo e cresça.

quinta-feira, 21 de abril de 2016

Torturados por amor

Vamos falar de Richard Wurmbrand, um playboy que se tornou pregador e que esteve preso durante 14 anos em cadeias comunistas?
Em seu livro "Tortured for Christ", edição de 1976, uma publicação da "Voz dos Mártires", disse:
"Existe um vazio no coração dos comunistas, que só poderá ser preenchido por Cristo."
"Cristãos - ridicularizados e torturados pelos comunistas - já esqueceram e perdoaram o que lhes foi feito pessoalmente e a seus familiares. Fazem o possível para ajudá-los  a vencer a crise e encontrar o caminho para Cristo. Para este trabalho necessitam de nossa ajuda."
"Tenho visto o envenenamento de crianças e jovens com o ateísmo, e as Igrejas Oficiais sem terem a mais leve possibilidade de neutralizá-lo."
"Vendo tudo isso, odiei o Comunismo como não o havia odiado sob suas torturas."
"Odiei-o não por causa do que me fizeram, mas por causa do mal que faz à Glória de Deus, ao nome de Jesus Cristo e às almas de um bilhão de homens sob seu domínio."
"Camponeses vieram de todo país para ver-me e disseram-me como estava sendo conduzida a coletivização. Agora eram escravos famintos nas fazendas e vinhedos que antes lhes pertenceram. Não tinham pão. Seus filhos não tinham leite nem frutas, quando este país dispõe de riquezas naturais que se igualam às da Canaã antiga".
"O pecado deve ser chamado pelo seu próprio nome. O Comunismo é o pecado mais perigoso do mundo hodierno. Todo Evangelho que não o denuncia, não é o puro Evangelho. A Igreja Subterrânea denuncia-o com o risco de sua liberdade e sua vida. Muito menos temos de nos silenciar no Ocidente."
"O Comunismo não faz ninguém feliz, nem mesmo os seus ditadores. Eles necessitam de Cristo."
"O Comunismo, porém, é no presente o maior e o mais perigoso adversário do Cristianismo. Contra ele, temos que nos unir."
"Um ministro foi jogado em minha cela. Estava quase morto. O sangue escorria-lhe da face e do corpo. Havia sido espancado horrivelmente. Nós o lavamos. Alguns prisioneiros amaldiçoavam os comunistas. Gemendo, ele dizia: "Por favor, não os amaldiçoem! Conservem-se calados! Desejo orar por eles."

Li esse livro na minha adolescência. Quando alguém fala de seu testemunho, sei que é baseado no milagre do amor.

Por Luciana Figueiredo


quarta-feira, 20 de abril de 2016

O fim das conveniências sociais absolutamente claro

Há um objetivo ideológico escancarado em nosso tempo: invadir a vida privada, principalmente para negar a possibilidade de um comportamento contido.
Há uma propaganda subversiva que relativiza a definição de virtude.  Em Nossa Cultura... ou o Que Restou Dela, o médico psiquiatra, Theodore Dalrymple disse:

"Segundo essa lógica maliciosa, se cada pessoa que visa defender a virtude for pega com as mãos sujas (quem de nós não as teria?), ou se fosse descoberto que ela se entregou em algum momento de sua vida a um vício que se opõe à virtude defendida por ela, então, a virtude, em si mesma, será exposta como nada mais do que pura hipocrisia; por consequência, poderemos nos comportar exatamente como bem entendermos. A atual falta de compreensão religiosa sobre a condição humana - que o homem é uma criatura caída para o qual a virtude é necessária, embora nunca completamente alcançável - representa uma perda, não um ganho, para uma verdadeira sofisticação da vida. Seu substituto secular - a crença na perfeição da vida na Terra por meio da extensão sem limites do leque dos prazeres - não é apenas imaturo por comparação, mas muito menos realista em sua compreensão da natureza humana." Theodore Dalrymple

A jornada irreflexiva humana sobre a natureza do ser e suas deformações naturais, uma cosmovisão de antinomianismo, tem trazido muitos males para a nossa era pelo fim da polidez.

Luciana Figueirêdo

sábado, 9 de abril de 2016

É verdade. Mas, e a sua reação?

Lendo um texto da theconversation.com sobre como é difícil "exorcizar" os fantasmas do passado, refleti que, para alguns, não é fácil perdoar ou até mesmo esquecer dores e rejeições. Atolar-se na dor da experiência pós-traumática de relacionamentos românticos pode provocar muito ressentimento e ira. Realinhar o pensamento é um desafio que requer muita graça, paciência e disciplina. 

Estudos indicam que o sentimento de rejeição revela personalidade adoecida pela dor das lembranças de longo prazo. E é normal erguer muros e proteger-se. A bagagem da vida é muito pesada. E, nessas horas, perguntamos quem realmente somos. Talvez devêssemos perguntar sobre o lugar em que queremos alcançar depois disso tudo. Onde eu quero chegar, depois dessa tempestade? Talvez bem longe dos que se mantém distantes da realidade. 

"Permaneceremos no pecado, para que seja a graça mais abundante?" (Rm 6.1.)

Tudo isso é difícil para qualquer pessoa que tenha a natureza corrompida pelo pecado: quer seja um intelectual ou não. Acredito que o estágio mais doloroso da rejeição é quando as vozes na mente dizem que isso é para sempre, é fixo, pois não haverá quaisquer mudanças, um determinismo incrédulo. Experiências são únicas e a forma de recebê-las dentro si é singular. 

"Ele mesmo tomou as nossas enfermidades." (Mt 8.17) 

"Também o Espírito, semelhantemente, nos assiste em nossa fraqueza; porque não sabemos orar como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós sobremaneira com gemidos inexprimíveis. E aquele que sonda os corações sabe qual é a mente do Espírito, porque segundo a vontade de Deus é que ele intercede pelos santos." (Rm 8.26,27)

Respeito profundamente a capacidade de David Seamands ensinar isto, feito com sabedoria:

1. Encare o problema de frente. Com a ajuda de Deus, você terá que encarar de frente essa terrível e oculta mágoa, com toda a sinceridade moral, por mais profunda que ela seja. Reconheça o problema ao nível do consciente, para si mesmo, e fale dele para outra pessoa. Existem problemas que nunca poderão ser solucionados, enquanto não falarmos deles para outrem. "Confessai, pois, os vossos pecados uns aos outros, e orai uns pelos outros, para serdes curados." (Tg 5.16.) Algumas pessoas deixam de receber uma cura de alcance mais profundo, por não terem coragem de abrir-se totalmente com outros. 

2. Aceite a sua responsabilidade no fato. Você poderá dizer: "Eu fui uma vítima; essa pessoa pecou contra mim. O senhor não imagina o que aconteceu comigo." É verdade. Mas, e a sua reação? E o que dizer do fato de você ter abrigado ressentimentos e ódio, ou ter-se recolhido a um mundo irreal, para fugir ao problema? Isso foi o que aconteceu na primeira vez. Mas, e quanto à segunda e terceira? De quem foi a culpa? A vida é como uma tapeçaria muito complexa, tecida com tear e lançadeira. A hereditariedade, o ambiente, as experiências da infância vividas com pais, professores, colegas, as adversidades da vida, tudo isso está do lado do tear, e essas coisas jogam a lançadeira para nós. 

Por Luciana Figueiredo


 

domingo, 27 de março de 2016

Brasil "conservador"

De 1983 pra cá, muita coisa aconteceu... Aprendi a confiar e a desconfiar, ao mesmo tempo. Dizem que tenho cabeça de velha, mas, ainda assim, consigo ser contemporânea. Sou uma mulher do meu tempo. Mas tenho outros tempos passados dentro de mim. Sou um tanto medieval, um tanto moderna, um tanto contemporânea. Estou onde estou porque o Transcendente Judaico-cristão tem seus planos, sua razão para tal. Pra mim, o ser humano é como um quebra-cabeça: você conhece-o por partes e outras peças não se encaixam porque estão obscuras ou foram perdidas. Sonho com a plenitude da Criação. Um milagre sobrenatural. Acho que é por isso sou vidrada em ficção. A imaginação é algo precioso.

Confesso que ler os conservadores dá um tanto de medo pelo fato das reações contra a esquerda no Brasil ter de tomar rumos violentos e anti-sociais. Há um certo desprezo notório dos que leram os conservadores para com quem não tem essas leituras e reflexões. O que eu sei é que em nenhum momento devemos nos tornar surdos ao homem contemporâneo, ao ponto de desdenhá-lo e tratá-lo como puro lixo. Eu reflito muito sobre isso e nos ombros de um gigante: Francis Schaeffer. O direito de ter ideias pré-concebidas é natural e pertence a qualquer ser humano, independente de sua ideologia. Combatamos o bom combate sem cometermos os mesmos erros da esquerda. A escala mimética da "nova direita" no Brasil pode ser algo muito bom ou não. Isso dependerá dos valores e referências miméticas.

Outro grande medo que tenho é que grupos conservadores não saibam sequer dialogar com as problemáticas do homem contemporâneo porque simplesmente não concordam com elas. Eu também discordo da esquerda, mas eu não quero ser empurrada para um grupo de insensíveis e radicais. Há gente no meio disso tudo e há um só caminho pleno e perfeito que está sob a tutela e coordenação de Um que é mais poderoso que toda a sabedoria dos povos: Jesus Cristo de Nazaré, o Super Homem e Deus do Universo. A história humana está debaixo da Soberania divina. A Trindade Santíssima é o "Senhor da História dos Povos".



Filhos de Adão e Eva, ouçam essa canção!

Superman
Fruto Sagrado

Nessas horas que eu me lembro
Que o sofrimento é um megafone
É Deus pra mim gritando que eu não sou o super-homem
Que eu sou de carne e osso que eu vou passar sufoco
Às vezes é mais fácil fingir, eu sei
Vou fazer o quê? Não vou esconder meu choro
Fazer de conta que tá tudo bem que tá tudo zen
Se não fosse por Você eu jogava a toalha
Disfarçar que não tem nada dando errado
Mas eu não sou o superman
Tenho visto tanta coisa errada nesta estrada
Esqueci que levo tombo como qualquer um
Muito falso herói se achando o tal
Iludido com aplausos, elogios... com o pedestal
Até eu já vacilei, dei bobeira, viajei
Eu sou igual a todo mundo
Esqueci que levo tombo, esqueci que sou normal 
Alguém aqui é normal? 
Eu sou diferente, igual a todo mundo
 Sem Você eu não sou ninguém 
Não existe superman
Por isso eu tô na luta, tô sobrevivendo
Eu vou insistir em Te acompanhar 
Haja o que houver, acredite quem quiser 
Mesmo tropeçando eu tô aprendendo 
Tô descobrindo que pra tudo existe um tempo 
São nessas horas que eu me lembro
É Deus pra mim gritando que eu não sou super-homem
Que às vezes eu machuco, às vezes me machuco
 Explodindo por fora, explodindo por dentro 
Mas eu tô aprendendo, tô aprendendo 
Agora eu tô sabendo 
Que o sofrimento é um megafone 
Que eu sou de carne e osso que eu vou passar sufoco
Eu sou diferente, igual a todo mundo
Agora eu não esquento não vou esconder meu choro 
Afinal eu sou um cara comum
 Que também leva tombo como qualquer um 
Que tropeça, levanta mas não sai da dança 
Tropeça, levanta e não sai da dança 
Sem Você eu não sou ninguém
 Eu sou igual a todo mundo... Às vezes é mais fácil
Não existe superman
Fazer de conta que tá tudo bem
 Mas você sabe que eu não sou o superman 
Eu sou diferente, igual a todo mundo 
Sem Você eu não sou ninguém
Eu sou igual a todo mundo" (Fruto Sagrado)


Combatamos o bom combate.


Por Luciana Figueiredo

domingo, 20 de março de 2016

Teologia da Missão Integral

Os líderes que abordam a TMI parecem ter uma autoidolatria por defender a tal justiça social. Você sabia que uma pessoa pode estar em pecado de idolatria por si mesma pelo fato de mostrar-se piedosa com os pobres? Pense nisso. Parece-me uma busca de redenção pessoal. Dividem as pessoas em classes e escolhem ficar do lado dos necessitados e oprimidos. Pode ser um culto a si mesmo.

O que a cobiça humana tem a ver com a Teologia da Libertação (ou, para os evangélicos, Teologia da Missão Integral)? O discurso enfeitado de humildade e boas obras pode denunciar um apetite voraz por um ídolo: a autoimagem. Isso é bem comprometido com a inveja e o "sentir-se útil e reconhecido". Eita!

A Teologia da Missão Integral (essa que é irmã gêmea da Teologia da Libertação) é uma vergonha. Só falta defender que negros, mulheres e pobres entrarão no céu por meio de cotas do socialismo cristão.

Não concordar com a TMI tem sido constrangedor para os conservadores cristãos. Não consigo ver conservadores odiando pobres e "oprimidos" como as pessoas da TMI veem. Pelo contrário, vejo que os tradicionais se preocupam com a mensagem do Evangelho, pois confiam que Deus muda a mente do homem e isso afetará sua vida social, sua autoimagem e seu compromisso com a família, o trabalho e dinâmica social. 

Por Luciana Figueirêdo 


terça-feira, 8 de março de 2016

Não quero mais acordar assim

Há uma música muito forte e que possui uma composição bem afiada: Não Quero Mais Acordar Assim - do Fruto Sagrado. Compartilho um verso da letra porque também é um pouco de mim.

 "Me sentindo só, me sentindo pó, ..." 


Em Use Somebody, Caleb Followill, da banda Kings Of Leon, compôs um trecho bem interessante:

I've been roaming around
Always looking down at all I see
Painted faces, fill the places I can't reach
You know that I could use somebody.

O que precisamos, de fato? Sermos aceitos e amados. O Amor é honesto, é leal, é fiel, é bom e é imenso. A sensação que tenho e que desejo mimeticamente é entranhá-lo em mim, uma ardente necessidade de que tome-me como em um molde pleno. É sede, é fome. Fome de quê? De Amor. Estás ferido? Amou errado. Eu sei... Há tempo para tudo e não há nada de novo debaixo do Sol.

Por Luciana Figueirêdo



segunda-feira, 7 de março de 2016

Névoa

Quantas pessoas já viveram intensamente em sua vida e, de repente, tudo não passou de um bizarro encontro de gente que, na verdade, nunca, nunca e nunca tiveram legítimo afeto, lealdade e fidelidade? A vida como ela é...

Com o tempo, as pessoas que querem viver intensamente em sua vida representam uma percentagem bem inferior à multidão que somente quer sua "amizade" se você oferecer algo físico (carro, casa/apto legal, um bom emprego, beleza, festas, viagens e etc.). Hoje, sinônimo de amizade interessante é ter amigos que lhe dão algum status social ou sejam atraentes para seu mimetismo fútil infernal. Eu olho em minha volta e percebo que essa multidão é rala, turva e feita de areia da praia. Não sustenta-se e não aguenta ninguém de verdade. É como se você passasse pelas pessoas como se fosse uma névoa... só isso. Só isso.

"Lutamos para ganhar o que não podemos levar conosco. 
É nossa natureza." Cientista David Brewster 
Assassin's Creed - Syndicate

Eu sou uma mente inquieta. "On the look-out!"

"Ao olhar à nossa volta, a maior parte de nós descobre que, longe de sermos o número um, estamos perdidos na multidão. Em tudo o que importa para nós, há sempre alguém que parece ser melhor, no plano da beleza, no da inteligência, no da saúde, e - o mais espantoso hoje em dia - no da magreza. Ainda que trocássemos os desconstrucionistas pelos místicos orientais, não teríamos a paz que procuramos. Os ocidentais são sempre obrigados a agir e, quando já não imitam os heróis e os santos, são atraídos para o círculo infernal da futilidade mimética. Mesmo nesse nível, sobretudo nesse nível, o estatuto do número um não pode ser atingido senão mediante um duro trabalho para triunfar sobre a concorrência." René Girard

Por Luciana Figueirêdo


terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Sobre Camille Paglia, ensaísta, crítica e feminista clássica no Roda Viva

Toda a sua lucidez esteve presente na entrevista quando destacou e reconheceu que a sociedade ocidental judaico-cristã foi quem deu a ela a liberdade vigiada para ela ser ateia, feminista clássica, ensaísta e crítica, ter dinheiro, bens, educação, saúde, e não ser presa, torturada e morta por um regime totalitarista e decadente como foi em Roma. Houve lucidez ao reconhecer o fracasso do feminismo em sua burrice atual, inclusive falou negativamente do "feminismo acadêmico" (que é alheio à biologia, história dos povos e sociedades, lógica e realidade humana). Infelizmente, ela tem um discurso esquerdista, tem uma visão deturpada da figura da mulher e da pornografia (embora eu entenda que o "puritanismo hipócrita" deu a lenha e o fogo para a porneia, levando muitos a experimentar uma libertação para as fantasias do ego). Reconheceu padrões judaico-cristãos como importantes lacunas para o ocidente, no entanto, estragou de vez a entrevista ao elogiar Angela Merkel e Dilma Rousseff como figuras excelentes do carisma político. Pimenta nos olhos dos outros é refresco, não é, mulher? Outros detalhes, não comentarei aqui.

Por Luciana Figueirêdo

sábado, 9 de janeiro de 2016

Ó mar, por que não apagas?

Apesar de ter sempre ouvido outros falarem bem de Castro Alves, somente através de uma querida escritora, Dra. Norma Braga (numa dessas postagens que ela recomenda inúmeros livros massa), que conheci Espumas Flutuantes e, consequentemente, O Navio Negreiro. Minha vida tem sido muito influenciada por bons escritores que indicam outros bons escritores (Bruno Garschagen e Rodrigo Gurgel são alguns deles). E assim, vou comprando livros clássicos e aumentando minha visão de mundo. 
Em uma de minhas viagens à Barra de Camaratuba (PB), visitei a Biblioteca do Surfista, que fica na casa de uma de minhas irmãs, um projeto solidário de leitura para a comunidade local e que complementa a Escola de Surf para crianças. Foi mexendo nos livros que encontrei o poema. Sabe quando você mata sua curiosidade sobre o que escreveu determinado autor? 

Era um sonho dantesco... O tombadilho
Que das luzernas avermelha o brilho,
Em sangue a se banhar.
Tinir de ferros... estalar do açoite...
Legiões de homens negros como a noite,
Horrendos a dançar...
                                                                            Castro Alves, em O Navio Negreiro


De lá pra cá, depois de lê-lo, Castro Alves parece ter feito um enorme esforço para mergulhar, como se fosse um testemunho da humilhação imposta aos antigos negros do Brasil. No entanto, mais de 100 anos após a Abolição da Escravatura, o tom castriano foi tratado pela Priscila Figueiredo de forma abstrata dos problemas atuais do Brasil. Ela organizou um livro com duas poesias: O navio Negreiro, de Heinrich Heine, e O Navio Negreiro, de Castro Alves. No final do livro, a organizadora usa seu tom pessoal de marxismo cultural para comparar navios negreiros com as prisões em que a "população afrodescendente" é carcerária. Além de atacar o capitalismo, fez um paralelo desonesto com a realidade a partir de sua utopia. Hoje em dia, vemos um racismo às avessas. As pessoas, independentemente de cor, religião, classe social, são criminosas porque ESCOLHEM praticar um crime. Então, Priscila Figueiredo também escolheu estragar a publicação com a sua teoria de vitimização rousseauniana. 

Quer saber mais sobre o assunto? Leia o artigo de meu querido Paulo Cruz, em https://esperandoasmusas.wordpress.com/2015/07/07/preto-parado-e-suspeito-correndo-e-ladrao/ 

Abraço fraterno,

Luciana Figueirêdo