sábado, 20 de junho de 2015

Meu querido Francis Schaeffer

Terça-feira, 30 de julho de 2013 (antigo blog)



Certa vez participei de um evento sobre fé cristã e os debates ferveram com o intuito de responder a seguinte pergunta: Como lidamos com a cosmovisão secularista? Lá encontrei um pastor (que foi meu professor de Escatologia e Teologia Sistemática) que me recomendou os textos de Francis Schaeffer, um profundo escritor descrito nas palavras de J. I. Packer "foi um homem que tinha o hábito da leitura e reflexão, que vivia no presente, aprendia com o passado e voltava os olhos para o futuro, e que tinha o dom incomum de comunicar ideias, sem cair no academicismo." 

Qual a importância das obras de Schaeffer para uma jovem cristã? Eu tinha muitos questionamentos acerca da fé, da vida e da morte. Em O Deus que intervém (1968), Schaeffer descreve uma "viva percepção da natureza integral da realidade criada, da vida humana, do pensamento das pessoas e da verdade revelada por Deus" (Packer). Durante a leitura senti que meus olhos revelavam escamas culturais alicerçadas na falta de conhecimento sobre um lado da história humana ocultada, em certos níveis, até pela Igreja. 

Mergulhei no livro. Abriu portas soldadas com  ligaduras do misticismo moderno que rondava-me como um lobo feroz. Descemos até o último degrau abaixo da linha do desespero do homem do século 21. Esferas de influência - Filosofia, Arte, Música, Cultura em geral e Teologia - estão fragmentadas na mente humana de forma relativizada. A comunicação objetiva e simples foi substituída por múltiplas vozes barulhentas e infernais. Sei que o clima intelectual e cultural da segunda metade do século 20 - que atingiu violentamente o Cristianismo Histórico com suas novas teologias - não foi fácil para a Igreja e os pensadores da época. No entanto, vemos o cumprimento das visões de Schaeffer, e nosso atual cenário é bastante desafiador para os cristãos. A pluralidade denominacional de igrejas e pensamentos antropocêntricos diluídos em todas as camadas humanas estão apontando diferentes caminhos para o homem de forma assustadora.

Reunir uma bagagem intelectual para confrontar as múltiplas questões embaraçadas do relativismo  e falar do Cristianismo Histórico dentro da Igreja e fora deve ser o alvo do testemunho cristão para a nossa geração vazia e faminta dos absolutos divinos.

Luciana Figueirêdo

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